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1º Seminário Municipal IST / Aids valoriza pacientes e equipes que atuam no serviço

- 03 de dezembro de 2019

Ei, dor! / Eu não te escuto mais / Você não me leva a nada / Ei, medo! / Eu não te escuto mais / Você não me leva a nada...”. A música “O Sol”, interpretada pela banda Jota Quest, deu o tom do 1º Seminário Municipal IST / Aids – Tecendo Rede de Cuidados, promovido pela Secretaria de Saúde na manhã de sexta-feira (29 de novembro) no auditório da Fatec Barueri.

O evento, alusivo ao Dia Mundial de Luta Contra a Aids, celebrado em 1º de dezembro, e também ao Dezembro Vermelho, campanha de prevenção ao HIV e todas as ISTs (Infecções Sexualmente Transmissíveis), reuniu profissionais de diversos setores da saúde, professores e demais interessados para discutir e analisar o serviço e as diversas frentes que atuam nele direta ou indiretamente. A valorização dos profissionais e também dos pacientes, ainda vítimas de preconceito e abandono familiar muitas vezes, foi o ponto alto de todas as palestras.

Fluxo
Em Barueri, o Programa IST / Aids / HV pertence à Coordenadoria de Especialidades. Lá dentro, o CTA (Centro de Testagem e Aconselhamento) faz o diagnóstico das patologias e o acolhimento desses pacientes, além de ser porta de entrada para a PrEP, recentemente implantada no município (saiba mais AQUI). Uma vez diagnosticados e iniciando o tratamento, são destinados ao SAE (Serviço de Atenção Especializada), que conta com médicos infectologistas, enfermeiros, dentistas, psicólogos e vários outros profissionais que acompanham de perto cada paciente. O fluxo desses setores foi detalhadamente explicado pela médica infectologista do SAE, Lorena Hornke. Ela prestou uma bonita homenagem a todos os envolvidos – profissionais e pacientes.

Eunice Diz, da Vigilância em Saúde, falou sobre epidemiologia e expôs números sobre tais patologias na cidade e no Estado; Marco Antonio Nadal, diretor da Saúde da Mulher em Barueri, apresentou a Atenção Básica à Saúde e também discorreu sobre o preconceito que ainda vitima os diagnosticados. “Graças a Deus estamos conseguindo vencer a doença, mas o preconceito falta bastante ainda”, protestou o médico.

Dando continuidade, Elizabeth Batista, enfermeira do serviço, apresentou o CTA, enquanto a também enfermeira Gessiara falou mais sobre o SAE. A psicóloga Elaine Campos, que também atende pelo SAE, abordou o preconceito e o cuidado que igualmente deve se estender a quem cuida. A coordenadora da Especialidades, Sandra Garaude, e o coordenador do Programa IST / Aids / HV, Reinildo de Souza, encabeçaram a mesa. O evento foi rico em debates, explanações, troca de experiências e análises.

Um final emocionante ficou por conta de um usuário do serviço, cuja identidade será preservada, que compareceu ao evento especialmente para dar seu depoimento sobre o atendimento que recebe. “O SAE, pra mim, veio como uma família. O SAE me transformou. Hoje eu só consigo ser quem eu sou, de verdade, graças à ajuda que eu recebi e recebo dessas pessoas”, disse o paciente aos prantos.

O final do Seminário marcou a abertura oficial da 12ª edição da campanha “Fique Sabendo”, na qual as equipes realizam ações em locais públicos de Barueri para realização de teste rápido de HIV e sífilis (Confira programação AQUI).

Tecendo rede de cuidados
Ampliar e fortalecer a rede de cuidados nesse setor foi a proposta central do Seminário. Reinildo reforça o caráter agregador do evento, que valorizou não apenas quem atua diretamente no serviço, mas os apoios em volta, como o da Vigilância em Saúde, a Saúde Mental, a Educação com ações dentro das escolas e outros órgãos e profissionais.

“O objetivo desse seminário é mostrar o trabalho que o serviço de infectologia fornece para o município e região, já que nós somos referência para a região. Faz parte também do objetivo a gente congregar pessoas, trabalhadores de outras secretarias, como Educação, Secretaria da Mulher, CAPS, pra gente poder fazer essa rede e cada vez mais levar informação, dar atenção às pessoas, fazer diagnóstico precoce, fazer tratamento precoce para as pessoas não sofrerem com essas patologias”, disse.

Para Sandra Garaude, “todos os dias a gente tem que falar sobre isso e essa conferência é uma forma da gente trazer os profissionais da área da saúde para entender um pouco mais sobre o assunto, para falar sobre o SAE, o CTA, a importância do diagnóstico precoce, da doença, do estigma”, apontou.

Ao finalizar Reinildo destacou o importante papel de quem realiza esse tipo de acolhimento. “Os trabalhadores do SAE são pessoas extremamente importantes na atenção e no cuidado desses pacientes que chegam, porque eles se despem dos preconceitos, de situações morais que prejudicariam o atendimento. Eles atendem qualquer pessoa com o mesmo sorriso, é um atendimento bem diferenciado”, declarou.

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