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No Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, HMB aponta medidas para ajudar a quem mais precisa

- 10 de setembro de 2018

Se você reparar em uma pessoa neste exato momento, você terá a possibilidade de resumir sua aparência de forma rápida e objetiva: morena, alta, magra e bem-vestida, por exemplo. As características externas são fáceis de perceber e simples de descrever. Mas, e o emocional, que muitas vezes fica guardado em um lugar que ninguém tem acesso?

Neste Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio (10 de setembro), o Hospital Municipal de Barueri (HMB) explica como lidar com esse fenômeno, considerado a segunda maior causa de mortes do mundo, conforme alerta do Ministério da Saúde.

“O suicídio é uma doença e precisa ser vista como tal. Ele é como um infarto, com sintoma agudo, que pode levar a morte”, afirma Rafael Reichert, coordenador do setor de psiquiatria do HMB, que destaca a importância e o preparo do psiquiatra para lidar com este tipo de emergência médica. 

Com base nos dados da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), só no Brasil são registrados 12 mil suicídios por ano e em 96,8% dos casos há associação com transtornos mentais. “Geralmente, a tentativa de suicídio está vinculada com problemas emocionais: solidão, depressão, conflitos no relacionamento conjugal, dificuldades financeiras ou perdas afetivas”, explica o psiquiatra.  

Justamente pelo estado de fragilidade no qual a pessoa se encontra, o Centro de Valorização da Vida (CVV), uma instituição referência no assunto e que presta serviço voluntário e gratuito de apoio emocional, alerta que atitudes como condenar, dar sermão ou banalizar o sofrimento do outro devem ser evitadas. 

Por se tratar de uma doença, no momento da identificação, o ideal é encaminhar a pessoa para o pronto-socorro mais próximo, para que ela receba o tratamento adequado. Ainda segundo orientações de especialistas e do CVV, você também pode ajudar de diversas formas como, por exemplo, incentivar a pessoa a procurar ajuda profissional, estar disposto a ouvi-la, oferecer apoio ou simplesmente não deixá-la sozinha.

O coordenador ressalta ainda a importância de acabar com o preconceito e com a ideia de que a ajuda é facultativa, enfatizando a necessidade de chamar um serviço especializado sempre que identificar o risco de suicídio. Em conjunto com o apoio psiquiátrico ou psicológico, a assistência familiar e atividades em grupo, como dança, esporte e religião, é possível acolher a pessoa em sofrimento e fortalecer o seu tratamento como um todo.

Em parceria com o Ministério da Saúde, o CVV disponibiliza 24 horas por dia o número 188, para receber ligações gratuitas de todo o Brasil, visando prestar apoio às pessoas em situações de crise. Por meio deste serviço, voluntários buscam promover um ambiente acolhedor a quem está do outro lado da linha, aliviando sua ansiedade e conduzindo ao afastamento de eventuais intenções suicidas. “É preciso entender que o suicídio, ou as intenções suicidas, não são uma ‘frescura’. Estamos falando de uma doença, que precisa de uma percepção melhor de todos para ser tratada adequadamente”, completa Reichert.