Tratados no Cetas, macaco bugio e preguiça retornam à Mata Atlântica
- 24 de fevereiro de 2017
Uma subida rápida em uma árvore, com pulos de galho em galho; e patas agarradas aos poucos em outro tronco. Essas cenas ocorreram na sexta-feira, dia 17, quando técnicos do Cetas (Centro de Triagem de Animais Silvestres) de Barueri soltaram um macaco bugio (conhecido também como guariba ou barbado) e um bicho-preguiça fêmea. O evento foi apoiado pela Guarda Municipal e pela Secretaria de Recursos Naturais e Meio Ambiente, que administra o espaço.
Os animais foram microchipados (sem radiomonitoramento) para fins de controle e retornaram ao habitat natural - uma área com cerca de quatro hectares de vegetação em estágio avançado.
Bugio é ruivo e de mãos ruivas. Um alouatta, gênero de macaco do Novo Mundo da família Atelidae, da Amazônia e Mata Atlântica. O animal veio para o Cetas após ser resgatado no Rodoanel, na região da represa Billings, e encaminhado a Barueri em agosto de 2016 pela Polícia Ambiental Militar de São Paulo.
Chegou ao Cetas com ferimentos que aparentavam sinais de briga. Foi tratado e teve sangue coletado para exame de febre amarela. O material encaminhado ao Instituto Adolpho Lutz, em São Paulo, atestou, em novembro, o resultado negativo para a doença.
Em Barueri, o macaco recebeu todo acompanhamento necessário e ficou em observação para análises de comportamento até ser solto em local sem ocorrência de outros indivíduos.
Bicho-preguiça
Animal com três dedos em cada pata, o bicho-preguiça fêmea comum tem como nome científico Bradypus variegatus e é de pelagem acinzentada. Veio para o Cetas, após ser encontrada machucada em São Lourenço da Serra no começo deste mês.
Foi trazida pela Guarda Ambiental de Itapecerica da Serra, depois de cair de uma árvore e ter sido atacada provavelmente por um cachorro. Em Barueri, o mamífero foi colocado em observação e alimentado. Sem problemas clínicos, voltou para a Mata Atlântica.
Conservação da biodiversidade
A soltura dos animais foi acompanhada também pelo secretário de Recursos Naturais e Meio Ambiente, Marco Antônio de Oliveira, o Bidu. “Foi um dia feliz, porque soltamos os dois bichos na mata, onde eles voltam ao seu habitat natural. Isso é o trabalho do Cetas”, destacou.
“O nosso objetivo é a conservação da biodiversidade. Fizemos solturas importantes numa mata densa: uma preguiça, que chegou aqui machucada, mordida por cachorro; e a outra do bugio, que também chegou aqui doente. O bicho foi curado, recebeu adaptação e medicamento. Além desses, já recebemos no Cetas animais como uma onça suçuarana, que veio de itapevi, e pinguins da cidade de Santos. São Paulo tem seis centros de triagens de animais silvestres, e um deles está em Barueri”, ressaltou.
Cetas
O Cetas tem o objetivo de atender a demanda de animais silvestres doentes, provenientes de apreensão, de entrega voluntária ou vítimas de maus tratos no município e região. Fica em área construída de 850 m2 e conta com biotério, berçário, ambulatório veterinário, internação e cozinha para animais. Possui uma equipe de veterinários, biólogos e tratadores especializados.
Está localizado na Estrada Doutor Cícero Borges de Moraes, 3.211, Bairro dos Altos, em Barueri. Funciona das 9 às 11 horas e das 14 às 16 horas, de segunda a sexta-feira. Mais informações: 4689-0314.