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Palestra sobre câncer de mama em mulheres negras integra 10 Tons de Rosa

- 08 de agosto de 2017

“Estudos realizados nos Estados Unidos apontam que o racismo é um dos fatores predominantes que levam mulheres negras a sofrerem mais com os efeitos do câncer de mama”, foi o que enfatizou a blogueira Charô Nunes, durante o encontro Amigas do Peito, realizado na sede da Secretaria da Mulher, na quarta-feira, dia 2. O evento integra as ações do programa 10 Tons de Rosa e teve como objetivo apresentar, no aspecto social, o porquê do câncer de mama ser mais agressivo nas mulheres negras.

Brincos coloridos, cabeça raspada e um vestido estampado com a imagem da cantora americana Lauryn Hill (uma das pioneiras do rap entre as mulheres), Charô Nunes mostrou muita atitude não só no jeito de se vestir, mas também na sua fala, ao compartilhar que ela e parte de sua família também foram vítimas do câncer de mama.

“Pessoas da minha família enfrentaram a doença e todas sofreram com o racismo institucional ao procurarem tratamento. Eu tive acesso à informação e pude me cuidar e assim detectar a doença a tempo. Mas e aquelas mulheres negras que ainda não sabem da importância do diagnóstico precoce por não saberem dos seus males? As questões sociais acerca do racismo ainda causam impactos negativos, também no acesso à saúde”, afirmou Charô.

Para Charô, combater o racismo também é uma forma de cuidar das mulheres com diagnóstico de câncer de mama que, além de enfrentarem a “agressão da doença”, em muitos casos se deparam também com o preconceito.

“Há mitos de que as pessoas da cor negra resistem mais à dor, isso é estereótipo que ouvi de alguns médicos e isso precisa ser combatido”, concluiu.

Políticas públicas e acesso à informação
No município de Barueri são desenvolvidas ações que visam resgatar a cidadania de mulheres que vivem em alguma situação de vulnerabilidade social e violência.

“No Brasil, 53% das brasileiras são negras e são as maiores vitimas de violência. Olhar para esses números e trazer temas para debate é repensar as politicas públicas em busca de garantir proteção, educação e saúde a todos”, disse Luciana Ribeiro, coordenadora de Direitos Humanos e Combate de Violência de Gênero, da Secretaria da Mulher.