Temp

Culpa de violência sexual não é da vítima, alerta youtuber na Secretaria da Mulher

- 14 de dezembro de 2017

Quando o assunto é violência sexual, o silêncio, para as vítimas, é a primeira atitude e, em alguns casos, a única a ser tomada. Isto acontece por conta da culpabilização das mulheres violentadas. Este assunto foi tratado pela atriz e youtuber Sheylli Caleffi na palestra “As Incríveis Mulheres”, realizada no dia 7 de dezembro, na Secretaria da Mulher, mesma semana da celebração do Dia Internacional dos Direitos Humanos (dia 10).  

Promovido pela Coordenadoria de Direitos Humanos e Combate à Violência de Gênero, o encontro teve o objetivo de estimular vítimas e testemunhas a denunciarem os agressores e também mostrar a importância de estar sempre ao lado da mulher que sofreu o ataque. 

Sheylli revelou ter sido estuprada duas vezes e conduziu sua fala sobre o que não dizer para uma vítima de estupro. “Perguntas como 'foi até o fim', 'quem foi', 'onde você estava' e 'já conhecia o cara' são questionamentos que não ajudam em nada. A mulher se sente culpada, como se ela tivesse dado motivo para acontecer o estupro”, alertou. 

Sociedade tem culpa 
Para Sheylli, a sociedade ainda é resistente ao assunto e isso pode contribuir com os casos subnotificados de estupros, já que a vítima opta por não denunciar por medo ou vergonha. “Quando você não se posiciona ao ouvir casos de estupro, você está do lado do estuprador. Não falar sobre isso pode gerar no criminoso uma sensação de impunidade”, ressaltou. 

Frequentadora das atividades físicas da Secretaria da Mulher, Flavia Mondezan afirmou que o desafio é conseguir falar sobre o tema. “Hoje percebi o quanto é importante entender o lado do outro e que não devemos reprimir o assunto, porque a culpa nunca é da vítima”, relatou a aluna de 34 anos. 

Por que não devemos silenciar 
Segundo dados levantados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública no ano passado, a cada 11 minutos uma mulher é estuprada no Brasil, o equivalente a 130 casos por dia.