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Leite materno: o alimento de ouro que salva bebês, mães e até o planeta

- 04 de agosto de 2020

O leite materno é a primeira fonte de nutrição do recém-nascido e deve ser sua única alimentação até os seis primeiros meses de vida. Isso porque ele é fundamental para a saúde do bebê, pois é um alimento completo que fornece nutrientes, hidratação, anticorpos, proteção contra infecções e outros fatores em quantidades adequadas. O aleitamento, no entanto, não deve ser interrompido após os seis meses, quando outros alimentos passam a ser oferecidos à criança. Esses são apenas complementos e o ideal é que o leite humano continue sendo ofertado até os dois anos de idade.

Para apoiar, incentivar e promover o aleitamento materno é que a OMS (Organização Mundial da Saúde) e o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) estabeleceram oficialmente em 1992 a Semana Mundial do Aleitamento Materno (SMAM). “Apoiar a amamentação para um planeta mais saudável” é o tema da SMAM-2020, campanha inerente ao Agosto Dourado, que visa conscientizar sobre a importância da amamentação na vida dos recém-nascidos, das mães e do planeta. O dourado faz alusão ao “valor de ouro” que tem o leite humano para a manutenção da vida em diversos aspectos.

A Saúde de Barueri está completamente alinhada à campanha, tanto que durante todo o ano realiza diversas ações de incentivo à amamentação em suas unidades junto as gestantes e as mamães. As Diretorias de Saúde da Criança e de Nutrição da Secretaria Municipal de Saúde estão juntas nessa luta em defesa da amamentação.

Amor na dose certa
O primeiro alimento e o que traz benefícios para a vida toda. É assim que a nutricionista e coordenadora da equipe de Nutrição na Atenção Básica de Barueri, Daniele Menezes Teixeira, define o ato de amamentar. “O leite materno é um alimento vivo e completo, que supre não somente as necessidades nutricionais, mas também as necessidades emocionais do bebê. É o primeiro alimento de verdade que o ser humano tem contato e que traz benefícios para a vida toda. E esses benefícios extrapolam a saúde do bebê, se estendendo à mãe, à sociedade e ao planeta. A nossa missão como nutricionistas se inicia incentivando o aleitamento materno”, pontua.

Vera Freire Gonçalves, pediatra e diretora da Saúde da Criança em Barueri, complementa a fala de Daniele, chamando a atenção para o fato de que o aleitamento vai além da questão alimentar. “Ela faz com que o vínculo entre mãe e filho se construa e se fortaleça nesse que é um período tão delicado. Você faz com que essa criança receba, além da alimentação, o carinho, o amor, a proteção, o aconchego da mãe e da família. Eu falo que o aleitamento materno é o amor na dose certa, porque ele vem dar tudo que a criança precisa nessa chegada à família”, expressa a médica.

“A amamentação vai fazer com que a criança cresça mais forte, se proteja de doenças, e tem ainda o amor aflorado, a questão da pele, do contato mãe e filho. Incentivar o aleitamento materno é incentivar todos os sentidos da criança e da mãe, para que essa criança se sinta segura nesse momento, que é novo pra todos”, completa a pediatra.

Além da questão emocional, as mães também são diretamente beneficiadas. Amamentar ajuda a mulher perder mais rápido o peso contraído durante a gestação e previne uma série de doenças femininas, como câncer de mama e de ovário. Além disso, diminui as chances de desenvolver anemia, diabetes e problemas cardíacos.

Leite humano e sustentabilidade
Proposto pela WABA (Aliança Mundial para Ação de Aleitamento Materno, em português), o tema da campanha se concentra no impacto que a alimentação infantil tem no meio ambiente e nas mudanças climáticas, além de fomentar a discussão sobre a urgente necessidade de promover e apoiar o aleitamento materno. Mais uma vez a campanha se alia aos preceitos da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável: um plano de ação direcionado a pessoas, planeta e economia sem a destruição da natureza.

Isso porque a amamentação é um ótimo exemplo de como a saúde humana e os ecossistemas se conectam. Sendo um alimento natural e renovável, o leite humano é ambientalmente seguro, uma vez que é produzido e entregue ao seu consumidor sem poluir o planeta, sem causar desperdícios, sem a necessidade de produzir embalagens e sem induzir o desmatamento para a criação de gado, dentre vários outros fatores.