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Resumo:
- O Seminário Lide Arte, Cultura e Entretenimento reuniu grandes nomes da cena cultural na Praça das Artes, destacando a importância da arte na educação, na economia e na preservação da memória.
- Líderes como João Carlos Martins, Roberto Minczuk e Luiz Calainho reforçaram o valor social e econômico da cultura.
- Houve também ampla defesa da Lei Rouanet e elogios ao investimento cultural de Barueri.
Na quinta-feira, dia 25 de setembro, a Praça das Artes foi palco do Seminário Lide Arte, Cultura e Entretenimento, que reuniu grandes lideranças da cena cultural. O evento, nas palavras do fundador do Lide, João Doria, foi “uma verdadeira aula de cidadania, arte e cultura”.
A iniciativa contou com o apoio da Prefeitura de Barueri, por meio da Secretaria de Indústria, Comércio e Trabalho (Sict) e da Secretaria de Cultura e Turismo (Secult). Entre os destaques, estiveram dois nomes consagrados: o maestro da Osesp, Roberto Minczuk, e o maestro da Orquestra Bachiana Filarmônica, João Carlos Martins.
Aos 85 anos, Martins, considerado o maior intérprete de Johann Sebastian Bach, falou sobre sua nova fase como educador e apresentou projetos de ensino musical para crianças a partir dos 5 anos. Para ele, incluir a arte na educação básica é essencial para transformar a sociedade. “Iniciei um projeto-piloto que me trouxe uma representatividade muito importante. Setenta e dois por cento das crianças que participaram de apenas 15 minutos de aula agora querem estudar música em tempo integral! O resultado reflete também na coordenação motora e no desenvolvimento cognitivo. Depois de 31 cirurgias, sigo na música e posso dizer que a música venceu. Arte é vida!”, declarou.
Já Roberto Minczuk falou sobre o papel do maestro e usou a batuta como metáfora. Para ele, a mão direita, que conduz a métrica e a precisão, representa a razão, enquanto a esquerda, livre, simboliza a emoção. “Razão e emoção caminham juntas, e isso também é arte. Gestão e negócios são importantes, mas cuidar apenas dos problemas de uma cidade não basta: é preciso cuidar da alma das pessoas, e isso se faz por meio da arte. Onde as palavras não alcançam, entra a poesia. Dizem que a arte é o caminho para Deus e, se isso é verdade, a música é o caminho mais curto”, afirmou.
Saiba mais
Cultura também é negócio
O produtor cultural Luiz Calainho destacou o impacto econômico do setor: “Arte, cultura e entretenimento são diversão, prazer e alma, mas também são negócio. Eles representam cerca de 3% do PIB brasileiro, mais do que muitos segmentos da economia.”
A ex-secretária de Cultura de São Paulo, Aline Torres, reforçou o peso da economia criativa para o mercado de trabalho, sobretudo entre os jovens: “A economia criativa é uma das maiores geradoras de emprego. Em 2020, o setor movimentou R$ 230 bilhões e já responde por 7,4 milhões de postos formais e informais. É fundamental incluir também as áreas periféricas nesse processo”, ressaltou.
Memória
O ex-presidente do Condephaat, Carlos Faggin, emocionou o público ao defender a preservação do patrimônio histórico. “O Conselho Estadual de Defesa do Patrimônio Histórico tem 57 anos de existência e traz em seu nome uma palavra fundamental: defesa. Isso mostra que nosso patrimônio está sob ataque. Não é necessário demolir para construir. Estamos destruindo nossa história e cultura, e isso é um crime.”
Viva a Lei Rouanet! Viva a cultura!
Foi unânime entre os painelistas a defesa da valorização da Lei Rouanet, principal mecanismo de incentivo fiscal à cultura no Brasil. Todos destacaram a necessidade de descriminalizar a lei e reconhecer sua importância para a sobrevivência do setor.
Entre os convidados, o ex-secretário de Cultura de São Paulo, Marcos Mendonça, criador da “Lei Mendonça” (lei de incentivo à cultura em nível municipal), elogiou o investimento de Barueri na construção da Praça das Artes. “A maioria dos administradores não oferece respaldo ao mundo da cultura. Aqui, Barueri fez diferente: contratou um dos maiores arquitetos do Brasil para erguer este espaço. Meus parabéns à cidade por investir em um teatro tão grandioso. Quem investe em cultura está à frente do seu tempo”, afirmou.