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Cerol não é só Cringe, é crime!

- 20 de julho de 2021

Com a pandemia e o período de recesso escolar, a criançada aproveita para brincar e relaxar antes do retorno às aulas. E uma das atividades mais comuns, principalmente nas periferias, é a de empinar pipas. Quando isso é feito com a linha comum e longe da rede elétrica fica tudo bem, mas quando a linha recebe o famigerado cerol ou já vem pronta e vendida como “linha chilena”, o risco de acidentes envolvendo motociclistas e animais é muito grande, podendo causar até mesmo óbitos.  

E quem pode dar a dimensão do que a linha com cerol pode causar é o Centro de Triagem de Animais Silvestres de Barueri (Cetas). O local recebe animais silvestres vítimas de tráfico, maus-tratos e acidentes envolvendo outros animais e o ser humano. As aves sofrem bastante com o cerol.  

Na segunda-feira (dia 19), um Gavião-de-rabo-branco com pelagem melânica, da espécie Geranoaetus albicaudatus, chegou à unidade com laceração na asa causada por linha chilena. Ele passou por cirurgia e precisou ter a asa amputada e, devido ao trauma, não poderá mais voltar à natureza. Nessas condições, o gavião será encaminhado a um centro especializado para criação.  

Usar cerol não é só Cringe (vergonha alheia), é crime previsto nas Leis Ordinárias Municipais 1384, de 03 de outubro de 2003 e 2054, de 04 de abril de 2011. No âmbito estadual há a Lei 17201, de 04 de novembro de 2019 e no federal, o Projeto de Lei 4391/2019, que está em tramitação na CCJ (Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania). Em Barueri, a prática de soltura de pipas é proibida nos parques municipais de acordo com a Resolução Sema 03, de 07 de agosto de 2018. A Guarda Municipal, equipamento da Secretaria de Segurança e Mobilidade Urbana (SSMU), realiza fiscalizações sobre a linha cortante em Barueri

Para a bióloga Erika Sayuri, as leis são instrumentos importantes para evitar as consequências drásticas do cerol. “É triste percebermos que todo ano, ainda, precisamos lembrar dos riscos e prejuízos que o cerol traz para os animais e para as pessoas. O pior é lembrar disso vivenciando por meio de casos graves como esse do gavião, que passará o resto da vida num cativeiro”, conscientiza a profissional responsável pelo Cetas.  

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