Praticar o que se prega: encontro anual acolhe e integra pacientes de HIV
- 17 de dezembro de 2017
Um dia para celebrar a vida, enaltecer a coragem e, claro, se divertir. Os pacientes de HIV que frequentam o Serviço de Atendimento Especializado (SAE) de Barueri através do CTA / COAS (Centro de Orientação e Apoio Sorológico) e seus familiares puderam sentir o quanto são especiais durante o encontro anual que a equipe da unidade realizou no dia 13 de dezembro de 2017.
O evento, que já é tradição, busca integrar essas pessoas e, principalmente, promover a quebra do preconceito que elas geralmente sofrem. Ali não havia soropositivos, apenas iguais confraternizando e fortalecendo laços.
O coordenador do Programa IST/Aids, Reinildo Souza, abriu a reunião. “Essa é uma confraternização que a gente prevê, realizada pelo SAE com a equipe de saúde. A gente pensou em falar um pouco do histórico deste espaço e também dessa questão de perspectiva, de história a respeito do tratamento”, explicou, passando a palavra para Lorena Hornke, médica infectologista que traçou um resgate desde os primeiros casos de HIV no Brasil.
“Prazer estar aqui com vocês há mais de 17 anos. Vocês sabem que não há ainda uma perspectiva de cura, mas vocês têm todas as condições de ter uma vida normal, de viverem como nós vivemos, como se nada tivessem. Isso depende não só de nós, mas principalmente de vocês, do que vocês fazem, da história do HIV de cada um. Porque eu posso falar da história geral do HIV, mas aqui nós temos várias histórias e cada pessoa tem a sua própria vivência, o seu próprio entendimento daquilo que é e cada um trabalha isso de uma forma”, disse a médica.
A enfermeira Midori Matsuo Kitamura, que atua no CTA/COAS desde o início, relatou como surgiu a unidade e os desafios enfrentados ao longo do tempo. “Na época, a gente tinha muita dificuldade, não tanto pelo tratamento em si, mas pelo preconceito que se tinha dos pacientes infectados. Hoje, talvez tenha, mas não é tanto quanto era na época, que era muito difícil, ninguém conhecia a doença, era uma doença nova”, explica. “Eu fico feliz que a gente voltou a essas atividades pra prevenção e pra acolhimento de vocês e poder contar um pouco da história daqui”, comemora.
Uma mesa repleta de doces, frutas e salgados aguardava pelos convidados. Além disso, os funcionários do SAE se uniram e cada um trouxe uma prenda, presentes esses que foram distribuídos aos pacientes por meio de um divertido sorteio que fez a alegria de todos.