
Palestra “Adolescência além da Netflix” promove reflexão com estagiários da Prefeitura
- 07 de maio de 2025
Resumo:
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A Secretaria da Família de Barueri realizou uma palestra para estagiários sobre os desafios enfrentados pelos adolescentes, com tema retirado da série de streaming Adolescência.
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O psicólogo Dimas Dion abordou questões como a busca por pertencimento, o impacto das redes sociais e os tipos de violência, incluindo o cyberbullying.
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A palestra incentivou a reflexão sobre a importância do diálogo, da escuta e do acolhimento nas relações familiares e sociais.
A Prefeitura de Barueri, por meio da Secretaria da Família (Sefam), promoveu uma palestra que aborda o universo adolescentes nesta época de ascensão das redes sociais. O tema escolhido foi “Adolescência além da Netflix”, voltada para estagiários do município com idades entre 16 e 18 anos.
A abertura do evento foi realizada pela secretária da Família, Giani Cristina de Souza, que destacou a importância do diálogo. “Esse encontro é um momento de fala, mas também de escuta. Aprender com vocês também. A adolescência é um momento de muita pressão e necessidade de validação ou aceitação. Ainda mais hoje em dia, com a rede social. Para essa geração, é um pouco mais complicado porque é preciso administrar a vida social no mundo físico e virtual”, afirmou.
Utilizando a série Adolescente, da Netflix, como ponto de partida, a palestra foi conduzida pelo psicólogo Dimas Dion e abordou questões que afetam os jovens, como a busca por pertencimento, a pressão social e o impacto das redes digitais no desenvolvimento emocional. Trechos da série e recortes de reportagens sobre casos reais de crimes cibernéticos cometidos por adolescentes foram apresentados como forma de provocar reflexão. Dion, que trabalha na própria Secretaria, disse que o objetivo principal do encontro foi incentivar uma escuta ativa e reflexiva sobre os desafios enfrentados pelos adolescentes na atualidade.
Saiba mais
Durante a apresentação, Dion fez perguntas instigantes, como: “Existe uma adolescência certa ou errada para se viver?”. Ele também propôs debates sobre temas como:
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A influência dos grupos sobre a identidade individual;
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A força dos instintos nas decisões coletivas;
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Comportamentos distintos em contextos sociais diferentes, como escola, casa e grupos de amizade;
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O papel da família na promoção do amadurecimento dos jovens.
Ele explicou ainda que esses comportamentos podem ser compreendidos como o uso de "máscaras sociais", ou seja, papéis que os adolescentes assumem para se adaptar aos diferentes ambientes e expectativas.
Outro ponto importante da palestra foi sobre os diversos tipos de estrutura familiar existentes na sociedade atual, como famílias monoparentais, homoafetivas, mosaico, anaparentais, entre outras, destacando que todos os formatos são legítimos e demandam atenção e acolhimento.
Questões sobre misoginia também foram abordadas a partir da série, como o ressentimento de alguns jovens contra mulheres e o perigo da romantização da violência emocional. “Ser um ‘bom rapaz’ não significa que alguém deva corresponder afetivamente. O afeto não é uma recompensa por comportamento”, disse o psicólogo.
O psicólogo também alertou para os tipos de violência contra a mulher — física, moral, psicológica, sexual, patrimonial e econômica — e destacou a importância de reconhecer sinais precoces de comportamentos violentos. “A violência extrema nasce de dores invisíveis. Cuidar uns dos outros é mais poderoso do que parece”, pontuou.
A palestra também abordou o cyberbullying e apresentou os “10 mandamentos contra o cyberbullying”, reforçando a necessidade de empatia e responsabilidade nas interações virtuais.
Ao final, ficou o convite à reflexão: Quantas histórias como a do personagem da série passam despercebidas todos os dias? Quantos jovens estão lidando com suas dores de forma invisível, sem ninguém para ajudá-los a entender?















