Vírus rábico em morcegos: saiba como se proteger
- 03 de fevereiro de 2025
A Raiva, doença infecciosa viral aguda grave que acomete mamíferos, inclusive os seres humanos, está sempre no radar da saúde pública. Isso porque possui uma letalidade de aproximadamente 100%, por se tratar de uma encefalite progressiva que afeta o cérebro, levando a danos graves e irreversíveis quando o tratamento não é administrado a tempo.
O vírus rábico (Lyssavirus) é transmitido quando um animal infectado tem contato com a mucosa de uma pessoa ou de outro animal (por meio de mordidas, arranhões e até lambidas em feridas abertas etc.). Embora todos os mamíferos sejam passíveis de contrair a Raiva e, consequentemente, transmiti-la, atualmente os morcegos são considerados os mais propensos para tal.
Mas isso não quer dizer que todos os morcegos estão infectados com a doença e muito menos que devem se tornar alvos de ataques. Eles são muito importantes para a polinização e o controle de insetos, tanto que estão protegidos pela Lei 9.605/98. Matá-los configura crime ambiental.
O importante é descobrir exatamente como identificar os sinais de um morcego possivelmente infectado e saber como agir quando estiver diante de um espécime, conforme as orientações do Departamento Técnico de Controle de Zoonoses de Barueri (DTCZ), ligado à Secretaria de Saúde.
Saiba como proceder
O DTCZ faz as seguintes recomendações:
- Mantenha seu animal de estimação vacinado anualmente contra a Raiva. O DTCZ oferece a vacina antirrábica para cães e gatos de forma gratuita no posto fixo de vacinação localizado na Rua Anhanguera, 200, na Vila São Francisco, às segundas, quartas e sextas-feiras das 9h às 11h e das 13h às 15h30.
- Caso seu animal capture ou manipule um morcego, entre em contato com o DTCZ imediatamente. Não tente resgatar o morcego!
- Também entre em contato com o DTCZ imediatamente caso aviste morcegos em situações não habituais, como caídos, principalmente durante o dia, ou dentro de edificações, pois seus hábitos são noturnos e eles normalmente evitam a presença humana. Situações não habituais, portanto, podem representar risco para a doença.
- Nunca manipule morcegos, mesmo mortos. Em caso de morcego caído no chão, se possível, cubra o animal com uma caixa de papelão ou balde e entre em contato com o DTCZ por meio do telefone (11) 4198-5679. Caso o morcego esteja voando dentro de um cômodo da casa, isole o local de forma a não permitir a entrada de pessoas ou animais domésticos no ambiente e acione o DTCZ. Fora do horário comercial, a solicitação deve ser direcionada à Guarda Civil Ambiental (telefone 4199-1400).
- Caso encontre indícios da presença de morcegos em edificações, como avistá-los diretamente ou apenas através de ruídos ou a presença de suas fezes, entre em contato com o DTCZ para obter as informações necessárias.
A colaboração de todos salva vidas
Em Barueri a situação está sob controle há anos graças a eficiência das equipes e a colaboração da população. No dia 15 de janeiro de 2025, uma família acionou o Departamento Técnico de Controle de Zoonoses após avistar um morcego caído na residência. Ao ser recolhido pela equipe e levado para os testes necessários, testou positivo para Raiva.
“Conforme diretrizes do programa de controle da doença, emanadas do Ministério da Saúde, o município de Barueri encaminha rotineiramente para diagnóstico de Raiva, nos laboratórios oficiais, morcegos doentes ou encontrados em situações não habituais para a espécie”, informa a Secretaria de Saúde.
O DTCZ também ressalta que o caso foi diagnosticado em um morcego insetívoro, isto é, que se alimenta principalmente de insetos e cujos abrigos são áreas de matas e cavernas, mas, eventualmente, podem ser encontrados em edificações humanas.
Não mate morcegos!
Morcegos são mamíferos capazes de voar. São animais de hábitos noturnos que saem dos abrigos ao entardecer para se alimentar. Existem várias espécies de morcegos e a maioria se alimenta de insetos, néctar de flores ou frutos e de pequenos animais. Na natureza podem se abrigar em copas de árvores, cavernas etc. Já nas áreas urbanas, podem se alojar em tubulações, estruturas abandonadas, residências, principalmente em locais escuros, úmidos e pouco frequentados, como forros, sótãos ou porões. Há apenas três espécies de morcegos que se alimentam de sangue e, ainda assim, preferem o sangue de animais. Esses são raros no Brasil.