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Barueri sedia simpósio sobre transfusão de sangue para profissionais de saúde

- 25 de setembro de 2025

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Resumo: 

  • O Simpósio de Boas Práticas em Hemotransfusão, realizado em Barueri, reuniu profissionais de saúde para discutir aspectos técnicos, éticos e legais da transfusão de sangue.
  • Palestras abordaram segurança dos hemocomponentes, reações transfusionais, boas práticas e questões religiosas envolvendo alternativas à transfusão.
  • Ao final, foi alertado sobre a crescente demanda e a diminuição dos doadores, ressaltando a necessidade de reduzir a dependência desse procedimento. 

Na manhã da última terça-feira (23), o Centro de Eventos de Barueri recebeu o Simpósio de Boas Práticas em Hemotransfusão, promovido pela Secretaria de Saúde do município. O evento reuniu profissionais da área para discutir temas técnicos, éticos e legais relacionados à transfusão de sangue, uma das terapias mais utilizadas na medicina contemporânea.  

“A transfusão de sangue, por ser uma das terapias mais recorrentes na prática médica, exige de nós, profissionais de saúde, rigorosa atenção, conhecimento técnico atualizado e compromisso ético”, destacou o médico hematologista Francisco Porto, responsável técnico da Agência Transfusional de Barueri. Segundo ele, cada etapa do processo transfusional, da indicação clínica à coleta de amostras, preparação dos hemocomponentes, execução técnica e cuidados pós-transfusão, é um elo fundamental para garantir qualidade e segurança ao paciente.  

Saiba mais 

Palestras abordaram desafios e boas práticas da hemotransfusão 
1. “A Segurança dos Hemocomponentes Dentro da Agência Transfusional”  
Ministrada por Mariana Médici, responsável técnica substituta da Agência Transfusional de Barueri, a palestra abordou o arsenal hemoterápico disponível, os aspectos legais da segurança transfusional, além das condições ideais de armazenamento e validade dos hemocomponentes (plasma, plaquetas, albumina, hemoglobina, entre outros). Médici também alertou sobre as graves consequências da transfusão de sangue incompatível, que pode resultar até mesmo em responsabilização criminal. 


2. “Atendimento e Reações Transfusionais – Fluxos e Notificações”  
Nesta palestra, Leandro de Pádua Santo Silva, médico hematologista do Hospital Municipal de Barueri, enfatizou a importância da integração e vigilância constante das equipes envolvidas no processo transfusional. De acordo com ele, falhas nesse protocolo podem provocar reações adversas severas, como o choque séptico, infecção generalizada que pode levar ao óbito. 


3. “Boas Práticas na Instalação e Acompanhamento da Hemotransfusão”  
O enfermeiro e professor universitário da Unip Alphaville, Marco Aurélio Ramos de Almeida, destacou os cuidados necessários durante e após o procedimento transfusional. Ele abordou ainda o uso de tecnologias e inovações na área, os principais erros que ocorrem na prática e como evitá-los, além de discutir casos clínicos reais que exemplificam essas situações. 


4. “Transfusão Sanguínea e os Aspectos Religiosos”  
A última palestra teve um enfoque bioético e foi conduzida por Alessandro Garcia, membro da Comissão de Ligação com Hospitais (Colih) para as Testemunhas de Jeová, e pela enfermeira Maria Rodrigues, do Hospital Israelita Albert Einstein. Eles trataram dos direitos legais de pacientes que, por razões religiosas, optam por não receber transfusões de sangue.  

O painel também apresentou alternativas terapêuticas bem-sucedidas utilizadas por médicos da comunidade religiosa e que, segundo os palestrantes, vêm sendo adotadas inclusive por profissionais não adeptos da fé por seus bons resultados clínicos.  

Durante a apresentação, foi exibido um vídeo com a cardiologista Ludhmila Abrahão Hajjar, que defendeu uma tese de doutorado na Unifesp, em 2010, sobre pacientes submetidos à cirurgia cardíaca sem transfusão, em estudo que acompanhou 512 pacientes. 

Encerramento e reflexão
Ao encerrar o simpósio, o Dr. Francisco Porto fez um alerta importante: “A dependência excessiva da transfusão de sangue precisa ser revista. A demanda cresce a cada ano, enquanto o número de doadores diminui. Se essa tendência continuar, poderemos enfrentar uma crise de abastecimento desse tecido conjuntivo líquido tão essencial.” 

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