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Luta e resistência: seminário abre agenda dos 16 dias de ativismo

- 23 de novembro de 2022

A Secretaria da Mulher, através do Cram (Centro de Referência de Atendimento à Mulher em Situação de Violência), dá início às ações da agenda “16 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres” com o seminário “Mulheres pretas: vivências e superações” para marcar também o Dia da Consciência Negra, celebrado no último domingo (dia 20 de novembro).

No encontro, as convidadas falaram sobre os perigos por trás da “meritocracia”, combate ao racismo estrutural, maternidade negra, violência contra mulheres negras, feminismo negro e representatividade.

“O povo das três raças”
O evento contou com apresentação de um vídeo de abertura com personalidades brasileiras pretas, ao som da canção “O povo das três raças”, de Clara Nunes, para inspirar os debates.

Racismo é crime
A presidente da Comissão de Igualdade e Diversidade Racial da OAB subseção de Barueri, Roseli Bispo dos Santos, falou sobre a participação da sociedade nas denúncias e o compromisso da advocacia no combate ao crime, que é grave e inafiançável, previsto na Lei 7.716/1989.

“Às vezes é muito difícil aplicar a lei porque quando a denúncia chega na delegacia acaba sendo classificada em menor gravidade. Por isso, não tenham medo de relatar a gravidade do caso. Não se calem!”, ressalta Roseli.

Representatividade
A advogada e escritora Viviane Mota deu destaque à representatividade preta e o seu impacto social.

“Há anos não imaginava que veria na mídia tanta gente preta ocupando espaço de poder e de fala. Olha essa configuração? Somos mulheres pretas falando de resistência e combatendo a violência em todas as esferas. O racismo é estrutural e vivemos diversas expressões do racismo o tempo todo. Falar sobre isso é resistir! Isso é combatido através do conhecimento, de compartilhar histórias e do estudo. Aliás, conhecimento nos liberta!”, ressaltou Viviane, que é coautora do livro “Mães Pretas: maternidade solo e ‘dororidade’”.

Acolhimento
Ao final do encontro, a jovem Rhayani Silva de Oliveira, de 16 anos, trouxe sua experiência. “Sofro racismo dentro de casa e hoje eu me senti muito acolhida por vocês. Obrigada por isso!”, relatou, emocionada.

Abayomi
A ação tinha no cenário a pintura da aluna Keyla Arrais, de 11 anos, das Oficinas de Artes da Secretaria de Cultura e Turismo de Barueri, que homenageia o Dia da Consciência Negra. No quadro, Keyla retratou a mulher negra com todo o seu esplendor. A obra está na exposição Abayomi até dia 3 de fevereiro de 2023 na Biblioteca Eny Cordeiro, no Jardim Belval.

Abayomi é o nome dado às bonecas customizadas pelas escravas com retalhos das próprias vestes, criadas para “alegrar” as crianças escravizadas. Mais que um brinquedo, a boneca se tornou símbolo de resistência e dor e serviam como objeto de proteção.

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